Foi-se o tempo em que as empresas do ramo da agroindústria consideravam a logística apenas como um problema, uma barreira onerosa e complexa entre o processo ideal de produzir e faturar.
Atualmente, com a maturidade tecnológica e competitiva dos grandes players do agronegócio, a logística se tornou um setor estratégico, uma das poucas vias para se diferenciar da concorrência e expandir a lucratividade
No entanto, a complexidade da logística aumentou muito, e para ir além do básico, as empresas precisam desenvolver controles administrativos avançados e dinâmicos. Estes, por sua vez, dependem de volumes imensos de dados, atualizados em tempo real.
Assim, o trabalho do profissional de logística no agronegócio tornou-se parecido com o de cientistas de dados: analisar métricas, painéis e gráficos para identificar e solucionar problemas com o menor custo possível.
Entre todos os dados que revelam pontos fracos e pontos fortes da operação, cada setor de logística costuma priorizar as métricas mais importantes, que devem ser acompanhadas diariamente: os indicadores de desempenho.
Neste artigo, você descobrirá o que são os indicadores de desempenho logístico, e algumas das métricas mais comuns no topo do dashboard dos gestores de logística do agronegócio.
O que são indicadores de desempenho logístico?
Indicadores de desempenho logístico são métricas numéricas complexas que revelam o desempenho da sua operação logística, permitindo detectar gargalos, falhas e pontos de atenção nos seus processos, bem como acompanhar os resultados destas melhorias ao longo do tempo.
Também conhecidos como KPIs (Key Performance Indicators), esses indicadores têm como objetivo responder às perguntas dos gestores e diretores da empresa, sendo compreensíveis para todos os níveis.
Diferente das métricas brutas, como custo logístico total da operação e volume total transportado, os indicadores de desempenho são números obtidos a partir de fórmulas matemáticas compostas, envolvendo uma ou mais métricas brutas e algum benchmark estático.
Além da correção e otimização de pontos específicos, os indicadores de desempenho também oferecem insumos para o planejamento estratégico de longo prazo, permitindo acompanhar a progressão da empresa em direção aos objetivos.
Ainda através destas métricas, os gestores podem identificar pontos fortes da empresa em relação à concorrência. Essa informação pode ser utilizada por outros setores, como marketing e comercial, como um diferencial competitivo para atrair potenciais clientes.
5 principais indicadores de desempenho logístico no agronegócio
O agronegócio é enorme e antigo, de modo que a maior parte das grandes empresas construiu as bases de seus processos logísticos há décadas, de acordo com as necessidades específicas de cada uma.
Sendo assim, cada empresa (ou mesmo cada gestor de logística) utiliza seu próprio pacote de métricas, variando em prioridade, escopo cronológico, método de coleta de dados e de apresentação.
Por essa razão, listamos alguns dos indicadores de desempenho logístico mais comuns entre as empresas, que podem ser utilizados por praticamente qualquer empresa do ramo agroindustrial.
Nível de serviço
Um dos indicadores mais simples e mais importantes da logística é o percentual de serviços realizados dentro do prazo, custo e condições pré-determinadas. A fórmula é simples, mas envolve uma grande quantidade de dados.
Basicamente, o primeiro passo é determinar exatamente o que significa um “ciclo logístico perfeito” para o seu negócio: duração máxima, limite de custo e quebra técnica são alguns dos exemplos de métricas que podem ser utilizados para essa parametrização.
Agora vem a parte complicada: mapear as características escolhidas e classificar cada ciclo logístico de acordo com essa regra. Já deve estar claro que é quase impossível fazer isso manualmente com confiabilidade nos dados.
Essa métrica reflete, de modo geral, a qualidade da logística. É possível até mesmo utilizá-la como meta principal do setor. Além disso, ela pode ser desdobrada por produto, período ou local, para identificar os pontos que mais necessitam de melhorias.
Cadência operacional
Cada dia na operação de um operador logístico tem um custo praticamente fixo. Assim, quanto mais operações puderem ser realizadas em um dia, maior a lucratividade. O conceito é óbvio, mas a métrica é complexa.
Acompanhar essa média de serviços concluídos por dia permite identificar gargalos operacionais e até mesmo de infraestrutura, possibilitando descobrir quais terminais/pátios/centros de distribuição precisam ser analisados individualmente ou receber melhorias de espaço e equipe.
Também é através da análise da cadência operacional que o gestor de logística pode se preparar para os períodos de pico, testando novos processos e automações e comparando seus custos com o resultado obtido. Normalmente, empresas utilizam uma unidade de negócio para pilotar essas inovações.
Taxa de quebra técnica
Principalmente no transporte de grãos, a quebra técnica (perda de mercadoria durante o trajeto) é um problema constante, capaz de reduzir a lucratividade da operação e até prejudicar o planejamento de transbordo.
É essencial ter um controle sobre a taxa de quebra técnica por período, de modo que os prejuízos possam ser identificados e absorvidos sem sustos, bem como permitir a tomada de decisões para mitigar o problema.
Partindo do indicador primário “média mensal de quebra técnica”, é possível desdobrar em métricas ainda mais precisas, como a média de quebra por transportador, por trecho de estrada, entre outros fatores que possam iluminar o problema.
Tempo de fila nos terminais
Métrica essencial para terminais de transbordo, sobretudo em períodos de safra. As filas de caminhões para carga e descarga geram custos adicionais, estresse entre parceiros de negócio e atrasos na cadeia logística.
Eliminar definitivamente as filas em períodos de safra é utópico, mas é perfeitamente possível diminuí-las através de um bom planejamento. Para isso, no entanto, é essencial entender o problema em detalhes, e sobretudo, em números.
Acompanhe o tempo médio de permanência dos veículos em fila, do momento do check-in até o início da operação de carga/descarga. No segundo período de safra a partir deste acompanhamento, você já conseguirá insumos suficientes para comparar a efetividade das suas ações para mitigar filas.
Custos de frete
Na correria rotineira do gestor logístico, principalmente em períodos de safra, é comum contratar transportadores o mais rápido possível, sem dar muita atenção às tarifas de frete oferecidas pelas empresas.
Embora a flutuação de preços seja normal até certo ponto, o descuido com os custos de frete pode acarretar prejuízos enormes e cumulativos. Reduzir estes custos é uma tarefa complexa, cujo primeiro passo é o “de sempre”: detectar e dimensionar o problema.
Para acompanhar uma média mensal/semestral/anual de custos de frete, mantenha registro preciso, centavo a centavo, sobre os valores pagos às transportadoras contratadas.
Como acompanhar os indicadores de desempenho logístico?
Acompanhar métricas chave para detectar problemas e aprimorar operações é uma prática tão antiga quanto o transporte de mercadorias com cavalos e carroças. No entanto, o principal desafio sempre foi coletar e reunir os dados necessários para gerar métricas mais complexas.
Com o advento dos computadores, e com eles, das planilhas eletrônicas, métricas mais avançadas se tornaram viáveis. Ainda assim, neste processo, a inserção manual de dados gera processos burocráticos e estão suscetíveis a erros humanos. E pior do que não ter métrica alguma, é ter métricas falsas.
Pensando nisso, é absolutamente essencial que você inclua um software capaz de reunir todos os dados relevantes sobre a sua operação e gerar relatórios dinâmicos, sempre atualizados, sem erros e sem esforço humano.
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